terça-feira, 7 de junho de 2011

Passos Coelho - o inicio político de um amador e o seu desejado e patético fim-.

Pedro Passos Coelho   Data de nascimento: 24 de Julho de 1964   Formação Académica: Licenciatura em Economia – Universidade Lusíada (concluída em 2001, com 37 anos de idade)   Percurso profissional: Até 2004, apenas actividade partidária na JSD e PSD; a partir de 2004 (com 40 anos de idade) passou a desempenhar vários cargos em empresas do amigo e companheiro de Partido, o Engº Ângelo Correia, tais como:   (2007-2009) Administrador Executivo da Fomentinvest, SGPS, SA; (2007-2009) Presidente da HLC Tejo,SA; (2007-2009) Administrador Executivo da Fomentinvest; (2007-2009) Administrador Não Executivo da Ecoambiente,SA; (2005-2009) Presidente da Ribtejo, SA; (2005-2007) Administrador Não Executivo da Tecnidata SGPS; (2005-2007) Administrador Não Executivo da Adtech, SA; (2004-2006) Director Financeiro da Fomentinvest,SGPS,SA; (2004-2009) Administrador Delegado da Tejo Ambiente, SA; (2004-2006) Administrador Financeiro da HLC Tejo,SA.     Eis o “magnífico” CV do homem que pretende governar este País! Um homem que nunca soube o que era trabalhar até aos 37 anos de idade! Um homem que, mesmo sem ocupação profissional, só conseguiu terminar a Licenciatura (numa Universidade privada…) com 37 anos de idade! Mais: um homem que, mesmo sem experiência de vida e de trabalho, conseguiu logo obter emprego como ADMINISTRADOR… em empresas de Ângelo Correia, “barão” do PSD e seu tutor político!... E que nesse universo continua a exercer funções!...   É ESTE O HOMEM QUE FALA DE “ESFORÇO” NA VIDA E DE “MÉRITO”!   É ESTE O HOMEM QUE PRETENDE DAR LIÇÕES DE VIDA A MILHARES DE TRABALHADORES DESTE PAÍS QUE NUNCA CHEGARÃO A ADMINISTRADORES DE EMPRESA ALGUMA, MAS QUE LABUTAM ARDUAMENTE HÁ MUITOS E MUITOS ANOS NAS SUAS EMPRESAS, GANHANDO ORDENADOS DE MISÉRIA!   É ESTE O HOMEM QUE, EM TOM MORALISTA, FALA DE “BOYS” E DE “COMPADRIOS”, LOGO ELE QUE, COMO SE COMPROVA, NÃO PRECISOU DE “FAVORES” DE NINGUÉM PARA ARRANJAR EMPREGO!...   É ESTE O HOMEM QUE ATACA AS “NOVAS OPORTUNIDADES” E O ESFORÇO DE MILHARES DE PESSOAS QUE, TRABALHANDO NO DURO, PRETENDEM MELHORAR AS SUAS HABILITAÇÕES LITERÁRIAS!   Como é que um homem destes pode pretender, sequer, chegar a PRIMEIRO-MINISTRO?!
Por: Margarida Rosa

(...) Lida esta informação deu-me uma de dizer que este homem é um amador. Um instrumento, um refém, uma marioneta, para dois anos lançado para um contexto político muito adverso que os verdadeiros profissionais deste partido entenderam não disputar para sua protecção. É um experimento a dois anos, com um programa político delineado, para qual não era necessário nenhum atributo de cariz politico. Apenas voluntarismo e ambição de um dia, tristemente ficar na história. O cognome logo veremos qual será. Os que, neste contexto, vilmente vão ser castigados pela política, a que Passos Coelho dá rosto, tratarão de espicaçar a imaginação para lhe encontrar o epitáfio que dele dará uma ideia "precisa e concisa" para a História. Talvez a de um D. Sebastião, sem a noção da pátria e dos patriotas. Presentemente este imberbe amador, não percebeu quão saco de porrada vai ser. Quantas contestações vai sofrer. Que curto mas intenso vai ser o seu calvário político, porque a sua desfaçatez de principiante o impediu de prever. Muitos e tristes balidos, vão emitir os borregos que o elegeram,para os quais a ânsia cega de mudar apenas por mudar acicatada por um discurso alarmista de que não haveria dinheiro, tolheu a reflexão essencial, à limpeza das emoções mais primárias, e instalou o medo das propostas mais libertadoras, Sim. Era possível e desejável outra solução. E ela existia. E não tinha nenhuma das consequências que estes arautos da direita, estes alarmistas profissionais, traquejados em manipular os medos e em projectar cenários de caos para soluções que possam por em causa o absolutismo das suas políticas. E não se poupam ao trabalho de maquinar cenários de Apocalipse para evitar que as evidências de uma outra medida possa ser sentida pelos trabalhadores como "a solução" mais justa para, neste caso, a saída da crise.Já ontem, no discurso da vitória, os que o "empurraram" para o sacrifico, o puseram à prova, aconselhando-lhe a levantar uma pontinha do véu , das verdades, que manteve escondidas durante a campanha eleitoral. E escutamos a instrução que ,às tantas nos dizia: - (...) se para além destas previstas medidas outras forem necessárias tomar, assim faremos, porque a isso nos obriga o compromisso assinado com a troika-. Entendo que no calor das emoções todos os que "por engano" e que foram muitos, votaram nesta política, não se alarmaram com o dito. Mas estou certo que, como a maioria dos portugueses, vamos sofrer e muito com a sua execução. Prevejo por isso que, dois anos durará o consulado deste imberbe Sebastião de direita. As ruas não lhe darão tréguas, nem as bocas se calarão acusando-o de perjúrio político. O arrependimento será uma praga para cada alma que o elegeu e nos outros que por isso também pagam.Inquietando-os para a mudança. A redenção exigirá a cada comentário a sua queda e a do seu Governo. A penúria e as privações para a maioria dos portugueses, afastarão o medo e desinquietarão a contestação nas ruas como a única solução para a mudança. Prevejo que muitos mares de gente fluirão em gritos de protesto pelas avenidas desaguando nas praças desta cidade e, para além das suas divergências, exigir em uníssono a queda deste experimental instrumento da politica de direita, de nome Passos Coelho, e novas eleições antecipadas. ... esta é a minha intuição para o fim da situação criada. E que esta minha intuição se realize. É o meu desejo.

Beijos e Abraços

f.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vir para a rua, impedir as medidas do FMI

Bom dia, é o mínimo, quanto a mim, que podemos fazer, é assinar esta petição pública, www.peticaopublica.com/?pi=denuncia para demonstrar ao poder político que estes "criminosos" encapotadamente sob o nome de agências de rating, mas ao serviço da grande finança, podem emitir as opiniões que bem entenderem que , não lhe reconhecemos, isenção e honestidade nas mesmas e muito menos capacidade de avaliação com rigor. Qual a credibilidade de relatórios que têm por base, a maior parte das vezes, as manchetes de jornais económicos, cuja componente comercial é sempre grande parte da verdade inscrita, em conjunto com os indicadores macro económicos "martelados" constantemente em favor de quem especula.

Se mais razões não existissem para "menorizar" este "trabalho" que, não é mais do que fomentar a dúvida, lançar a inquietação, podendo chegar até ao boato, numa obediência canina aos seus donos, seria suficiente, para questionar a existência e em particular a eficiência desta previsões, recordar-nos, que foi no país onde estão sediadas estas agências e por causa da desregulamentação dos endeusados mercados capitalistas, que defendem que, a crise estalou com todas a consequências a que assistimos e que estes bandeirantes do capitalismo não souberam prever e muito pelo contrário, depois souberam esconder, enquanto puderam.

Beijos e abraços

f.

Nota: Devemos prepara-nos para vir para a rua e não excluir a hipótese de violentamente impedir-mos que algumas das medidas que hoje ouvi a abrir os noticiários - cortes nos subsídios de Natal e férias -  se vierem a confirmar. Não podemos aceitar que os bancos que causaram a partir da engenharia financeira criada para o consumo e a especulação se recapitalizem COM BASE EM POLÍTICAS que penalizam o nosso rendimento do trabalho e as nossas pensões sacrificando a qualidade de vida das nossas famílias  por muitos anos.
CONTINUO A DEFENDER QUE É PREFERÍVEL ALGUM TEMPO NO INFERNO DO QUE UMA CONDENAÇÃO À REVELIA POR MUITOS ANOS NO PURGATÓRIO.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Quando rezar começa a incomodar a Europa



Quando rezar começa a incomodar na Europa



(...) começa a ser VERDADEIRAMENTE preocupante o modo como o islamismo se manifesta através dos seus crentes, nas sociedades que por tradição e abertura cultural reconhecem a liberdade religiosa. Começo, também eu por estes testemunhos, a reconhecer nestas manifestações actos de uma deliberada provocação aos valores à cultura e mentalidades ocidentais nas sociedades democráticas. O entendimento que os islamitas fazem da sua religião desafia e desrespeita  literalmente, pelo menos nos seus comportamentos públicos, um dos pilares basilares da nossa cultura de sociedades republicanas, a laicidade do espaço publico instituído como o lugar de todos.  Neste caldo cultural que o pós guerra estimulou abrindo pela tolerância a construção de sociedades multi-culturais não pode,o Islão, sob nenhum pretexto, por em causa esta laicidade que tem possibilitado a construção das Instituições do Estado baseadas no direito e no seu escrutínio.

Não podem, alguns muçulmanos, aproveitando-se dos supremos valores da tolerância e da liberdade democrática pretender impor a suas praticas religiosas ao espaço publico de todos os cidadãos, adulterando por completo a ordem publica e desrespeitando as demais comunidades. Existem para o acto de religação com o transcendente, templos designados onde a liturgia das distintas religiões deve manifestar-se

Mas o mais grave e preocupante destas exposições, cada vez mais acintosas, do islamismo é a percepção de que estes actos são a expressão, por enquanto tentativas de desrespeito à natureza laica dos estados democráticos, de um desígnio (expansionista) do Islão para impor a sua visão do Mundo nas sociedades de acolhimento do Ocidente. Daí que estes comportamentos condenáveis e contra os quais o Estados e os restantes cidadãos se devem mobilizar, sejam sobretudo, defendidos pelos muçulmanos como preceitos da lei islâmica, a Sharia, que um (bom) muçulmano não pode nem deve deixar de cumprir, sob pena .... e é por esta via, da intimidação pública, que (parece) fazer parte de uma estratégia, ou não, para ganhar o Ocidente, que o Islão, vai confrontando e em alguns casos, como em França, minando os princípios do Estado Social, com a pratica da poligamia.

Nem todos os muçulmanos, mas muitos deles, vem nesta visão islâmica da família uma possibilidade de exploração do estado social democrático: dos seus abonos e da sua assistência que, apanhado de surpresa por esta realidade (importada) tem na legalidade uma deficiente defesa contra estes oportunistas, que vivem sem trabalhar à sombra da generosidade do Estado e da solidariedade dos cidadãos pela via dos impostos. É evidente que estão à margem de qualquer planeamento familiar, contra o qual se insurgem legitimados pelo Corão. É deste modo que, a França, o país dos direitos e liberdades do Homem, se vê constantemente envolvida em conflitos e ameaçada pelo islamismo mais radical, também no seu estado social que, ainda hoje, e até quando ???, (apesar dos efeitos da globalização sobre esta histórica conquista) é a expressão política mais redentora que alguma vez emergiu na história dos homens como solução para proteger os mais desfavorecidos das desigualdades e injustiças sociais.

Não vai ser fácil impedir esta escalada cada vez maior e mais intensa contra a ordem social laica por parte do islamismo. Mas é preciso actuar com determinação no impedimento de praticas de subversão da ordem publica e da liberdade dos cidadãos, legitimadas ou não pela religião, seja ela qual for. O espaço publico é a "ágora" onde a liberdade se manifesta em ordem e respeito pelas diferenças de todos. Qualquer manifestação, expresse ela o que expressar, não pode adulterar a ordem democraticamente consignada e a liberdade dos cidadãos. Por isso, no respeito de todas as liberdades, deve de ser condicionada a um tempo e a um espaço previamente definido. Só assim, no uso do seu direito em liberdade, legítima aqueles que se manifestam e, cuja expressão pretenda louvar Alá ou outra qualquer divindade que assiste outras religiões.
É assim que nós (os estados democráticos e laicos) entendemos que deve expressar-se o direito e a liberdade de manifestação. É assim que, os muçulmanos, enquanto cidadãos destes estados o devem entender.
E portanto, é nesta perspectiva e, sem contemplações, que lhes devemos fazer sentir a força do Estado quando entendam subverter esta expressão da ordem democrática republicana e laica. A Sharia representa uma outra organização das sociedades e do Estado que a civilização, a nossa rejeitou. Aqui, na Europa, as sociedades organizaram-se com base no direito romano e como religião impôs-se a religião católica. A partir da revolução francesa a evolução politica faz no sentido da construção de estados de direito, laicos e democráticos em que vivemos hoje.
Em minha opinião, sem exacerbar as hostes nacionalistas, xenófobas e racistas, igualmente perversas para a liberdade e as diferenças que devemos continuar a respeitar e, porque estes testemunhos são um sinal dos tempos, creio que também devemos, desde já, em Portugal, estar atentos a fenómenos de islamismo radical, que como, em alguns países da Europa, aqui possam surgir.

Abraços e Beijos

f.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Rui Unas e a sua "palhaçada" com pretensão a humor.


(...)a meu ver o mérito desta "brincadeira" reside no excelente e difícil, penso eu, trabalho de sincronização. O texto é uma aberração humorística. Que falta de imaginação. Que vulgaridade. Neste texto não se troça de nada: nem das opções pedagógicas da política de educação, nem das escolhas efectivas para implementar essa política. E muito menos se fala da tão polémica necessidade da educação sexual nas escolas. não porque os adolescentes não saibam como agarrar-se e estimular com prazer as suas zonas erógenas, porque essa experiência, é tão natural, passe a publicidade, como a nossa sede.


A fisiologia do sexo, se não houver inibições o mutilações impeditivas, despertará, neles e nelas as "comichões" e convidará às "transgressões" dos altares, até então, virgens dos jovens descobridores dos prazeres de Eros. E se as expectativas, por qualquer fantasia sonhada, ou “comparada” não se cumprirem , alguma cumplicidade terá nascido entre eles e elas, que fará com que busquem, e aprendam como construir o seu prazer sexual.

Se o propósito da, educação para o sexo, fosse substituir a natureza e o instinto sexual era não só, do meu ponto de vista, uma aberração pedagógica e, mais grave ainda, seria uma intromissão nas manifestações mais íntimas do individuo, e uma tentativa condenável e perigosa de "formatar" por teoria a abordagem sexual dos adolescentes, inibindo e conflituando com as idiossincrasias sexuais e emocionais, e com a liberdade dos indivíduos, rapazes e raparigas, no seu direito mais elementar à expressão e realização livre da sua sexualidade.

Mas descansemos que, tanto quanto eu sei pelo anuncio e pelo debate à volta deste programa a educação proposta visa sobretudo:
-na sua pedagogia, dar a conhecer, numa abordagem sumária a anatomia dos órgãos  sexuais, cuidados e higiene.
-uma fisiologia da sexualidade que incide sobre o estímulo sexual e os seus efeitos.
-uma ética das relações e da sexualidade
-e o que penso ser o item mais desenvolvido e que versa sobretudo a prevenção das doenças por transmissão sexual.

Porque é exactamente pelas consequências que o aumento exponencial das relações sexuais tem tido na transmissão de doenças graves que, a necessidade de uma pedagogia para a sexualidade apareceu e passou a integrar o processo educativo nas escolas, com todas as resistências e malformações que todos conhecemos. Mas que independentemente de se concordar, na prática, com as respostas, tem mérito por si só como iniciativa. E isso é uma outra questão que não é objecto deste meu comentário.

O objecto deste texto é o humor, pelo humor, a palhaçada do Rui Unas, exposta em vídeo, resultado de um preconceito político ou pior, pretender dar sinal de si, para não cair no esquecimento como "humorista ???" e produzir chacota, palhaçada, em vez de humor.

A mim sempre me disseram que o humor era uma forma superior de critica precisamente porque é como o dois em um: elucida e faz rir ou sorrir. Mas humor não é boçalidade. Não é, como neste caso referir uma já estafada felação, pelos canais e revistas de sexo, pelos filmes porno, e até mesmo pelos consultores que proliferam nos áudio-visuais em rubricas, algumas pseudo pedagógicas, sobre a distintas e mais arrojadas performances sexuais. Acreditam que um felattio, vulgarmente um broche, pode surpreender a maioria dos adolescentes enquanto prática preliminar da sexualidade ??? e que os tabus relativos a estas e outras performances por força da sua actualidade já não se estilhaçaram e constituem (agora) apenas a sombra de um fantasma da moral em grupos de adolescentes, e  de adultos mais conservadores???  Se este humorista??? pretendia ver reconhecido o valor sexual desta pratica para o êxtase da relação em nada contribui. 
O seu contributo não é (para mim) nada engraçado.

 No seu afã de reduzir a educação sexual à felação seria interessante com criatividade explorar humoristicamente a situação como exagero da pedagogia do programa do governo de educação para a sexualidade. Pobre, ficou-se pelo acto de chupar. Isto é; ficou-se sem graça pela repetição exaustiva do acto de chupar  e lamber que de vez em quando lembrava que tinha que ser muito e bem. Espero que não tenha ficado cansado e que tenha ele próprio apreendido com a suas leções (não lições) de chupa-chupa.

É óbvio que com detractores assim e ainda por cima com a pretensão a fazê-lo com humor não há iniciativa politica, esta ou outra que por mais controversa e mal concebida que seja não ganhe adeptos. Ou no mínimo estimule a discussão salvando-a da indiferença. O exemplo é este meu comentário que, provavelmente, não teria sido escrito se o mau gosto desta peça não me acicatasse a critica.

E tu Zé desculpa se com o envio deste vídeo não me provocaste o riso mas o escárnio.

f.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Paulo Coelho; uma visão sobre o Corpo Feminino


Uma Visão de Paulo Coelho sobre o Corpo Feminino, que é possível constatar a partir deste link e sobre a qual entendi escrever um comentário.

https://docs.google.com/present/edit?id=0AbuocLTmgvFZZGZiemNxM2NfNDU4a3FkM2hr&hl=en


O Corpo Feminino por Paulo Coelho;  para mim uma visão redutora da mulher como objecto sexual na perspectiva do escritor  Paulo Coelho. E não me estranha este tipo de discurso reaccionário disfarçado de bondade e solidariedade. Em boa hora que depois de ler um , creio que o primeiro, dos seus livros, O Alquimista, me elucidei desta enganadora natureza do Homem e do escritor, "rebuçada", nem sequer com uma eloquente prosa, mas com as muitas palavras que um escritor conhece, para em sugestivas propostas ao mesmo tempo sedutoras, explorar as fraquezas humanas evidentes nas sociedades actuais: solidão, desorientação, incompreensão dos tempos, embalando os seus leitores, salvo seja, em propostas para a aceitação resignada de um destino particular que, parece querer fazer acreditar-nos que vem com cada um de nós, como uma marca na auréola em qualquer produto de mercado, para atestar o seu criador.

E agora vem propor-nos um modelo feminino de mulher, assente numa anatomia de guitarra, curvilínea, e proporcional. Diz este sábio "as magrinhas são uma invenção de estilistas gay que odeiam as mulheres que com eles competem", mas que sentimento mais distorcido. Então e aquelas que por natureza nada fazem para ser magras e são??? ... só por acaso, na enviesada perspectiva deste escriba podem ser belas??? E não lhe ocorre que existem outros homens que gostam da feminilidade e sensualidade nas magras e que lhe encontram a proporcionalidade que remata em beleza, sem recheios e curvas balzaquianas ??? E então, o que ele diz sobre as saias!!! Que foram inventadas, incorporem-se nesta ideia, para que as mulheres deixassem ver as pernas. Para este paradigma as saias das muçulmanas não contam. Nem as das ciganas. Nem as das indianas. Que, só deixam ver as pernas em dias de ciclone. Tolera-se, esta perspectiva mais cristianizada do objectivo das saias, que é a sua. Se o (seu) Deus assim o quis!!!

Para mim que sou de História, nunca me foi servida tal perspectiva. E ainda bem que não estive exposto a esse perigo. Noutras perspectivas creio que objectivo primeiro das saias foi o de proteger a nudez contra as intempéries. A questão moral só chegou mais tarde. E esta de ordem estética chegou-me agora no séc. XXI. Quando eu já sou homem.

Questiona-se Paulo Coelho, nesta sua elevada reflexão, porque optam as mulheres pelo uso das calças quando poderiam vestindo saias sensualizar a sua aparência para os homens. Meu Deus, que sou ateu, quanta estreiteza de espírito e quanto machismo. Então as mulheres vão deixar de sentir-se confortáveis, protegidas do frio, de estar em concordância com a sua opção estética, apenas porque existem homens a quem devem mostrar as pernas porque, em parte, é esse o desígnio deste "bocado" da sua anatomia.Sensualizar os homens.

Mas vai mais longe, o escriba destas ideias, nesta sua bondosa apreciação acerca do modelo feminino ideal, que não se esgota na sua mortal predestinação de agradar ao homem. Esvaziada da sua vontade a mulher, tem no homem, o seu derradeiro objectivo estético, o seu modelo de imitação. Por isso quer assemelhar-se a ele. Tenho pena de discordar mas continuo a não ver grande semelhança entre homens e mulheres vestidos com calças. Distingo-os na perfeição. Até de olhos fechados, só pela vibrações.

Depois deste raciocínio, nós os homens podemos descansar porque não se vislumbra nestes desvios comportamentais das mulheres, nenhum de índole, reivindicativa, e muito menos revolucionária. Deus não dorme e por isso podemos estar descansados que estes "caprichos" da fêmea, não ameaçam a nossa masculina influência nas regras da organização, direitos e deveres das sociedades. Sobretudo naquelas de língua portuguesas. Já que é este o idioma em que o iluminado Paulo Coelho escreve.

Nesta certeza catedrática de demonstrar a bondade do seu modelo feminino esqueceu-se este iluminado escriba que existem mulheres que também gostam das pernas de outras mulher. E não só!!!E para quem é indiferente, literalmente assim, que os homens olhem ou não para as suas pernas. O frissom vêm de outros olhares e por outros caminhos.

É assim que disfarçado com a eloquência das palavras, se percebe, a ideia de que o objectivo da criação da mulher, por Deus, foi para (prazer) do Homem. Assim sendo, afirma este iluminado que: "a mulher é a prova de que Deus existe". Então e o Homem é a prova de quê ??? Da encarnação de Deus. *oda-se

Justifico esta exclamação porque teses como esta servidas de evangélicas bondades, têm o perigo de ser "engolidas" por alguém (por muita gente) e disseminarem-se como verdades. Porque insisto, disfarçadas de boa vontade, enfeitando a crítica de divinos propósitos, revelam princípios que utilizados em outras matérias da nossas vida social e politica podem, não diria por em causa, mesmo nesta imperfeitíssima democracia, a liberdade de expressão, mas intuo que dariam mais força a muitos defensores de entidades modelares que devem no seu entender constituir o farol dos tempos contra a pluralidade das ideias que vieram com as democracias e cuja liberdade confunde muita gente.

Por fim e ainda acerca deste PPS, montado a partir desta ideia do escriba Paulo Coelho, atestar que na sua alucinada visão sobre a mulher um raio transgressor de lucidez levou-o a dizer que " a doçura feminina é equivalente a mil viagras" e que eu sublinho, mas  acrescento, sem desprimor para o Viagra, na defesa dos homens, sobretudo dos mais velhos e outros afectados pela "ociosidade" do órgão, chamemos-lhe assim, para não ferir sensibilidades, que o futuro e o destino não conhecem. Faço-me entender!!!

Beijos e abraços
f.

domingo, 22 de agosto de 2010

Ás voltas na cama; monólogos de olhos fechados II

Era assim que "rezava" numa das colunas de opinião daquelas revistas que servem para aquietar o paciente nas salas de espera de qualquer consultório: “Amar não é apoderar-se do outro para nos completar, mas sim dar-se ao outro para o completar, retesei-me na cadeira como se inesperadamente me tivessem anunciado que não iria pagar aquela consulta porque uma "enorme generosidade" tinha, naquele dia, invadido por transcendente vontade aquele profissional da medicina. De imediato me dei conta de quanto era  ilógica e inplausível esta sensação associada aquela ideia sobre o que é amar. A razão ao nível a que nos habituámos a usá-la não comportava atitudes de tão grande desprendimento. Mas a ideia "romântica" era desafiadora da imaginação e atrevia-me, por contágio, a pensar como seria se inesperadamente estes impulsos de "desprendimento material" se impusessem ao espírito alguns dias por mês.

Imaginei a transformação desta Ordem Mundial. Os seus diferentes estádios.
Que hábitos abandonaríamos primeiro??? Quais os consumos que, no imediato, seriam mais desvalorizados??? Quais os princípios humanos que deixariam de ser apenas postulados de reflexão e estruturariam uma ética que privilegiaria comportamentos solidários ante qualquer natural proposta de competição que excluísse os menos apetrechados.

Sacudi-me. E a Razão contrariando a intensidade do devaneio "puxou-me" para dentro da realidade: uma sala, onde outros senhores doentes, como eu, sentados numa cadeira, esperavam ansiosos a vez, a sua, para confidenciarem ao clínico as suas mágoas ou as suas alegrias.

A auxiliar do médico fez soar na sala a sua voz, anunciando a vez de uma Srª Odete  e, com isso "trouxe" o meu olhar para o exterior. Constatei que  tal  como quando havia chegado à sala de espera, toda a gente, continuava  consigo mesma. Baixei os olhos e confrontei-me com a mesma coluna onde a frase que me levou ao "devaneio" sobressaía anunciando o principio do fim do desencontro amoroso que vem com a dialéctica dos afectos, e que durante uma relação amorosa tantas vezes se questionam.

Mas era inegável que a frase soava bem. E vendia!!! Representava uma perspectiva altruísta da relação amorosa. Mas não passa de um cliché. É um pressuposto muito generalista e "doutrinário" e que serve qualquer relação seja qual for a sua Natureza. Ninguém se sentirá mal se em qualquer relação cumprir este princípio.
Mas, no meu entender, não é por certo essa orientação da relação que mantém o interesse e a atracção dos enamorados. Não há fórmulas para o amor, lato senso. Defendo eu.
Nesta relação particular entre as pessoas que pressupõe alguma "perda voluntária" da vontade, é esse um dos sinais do enamoramento, não existe, pelo menos nesta empolgada fase, uma presença igualitária para a Razão e a Emoção, (o sentimento).

Nesta perspectiva, acredito que a permanência dos amores está muito mais ligada às emoções, latentes e vividas, e às expectativas criadas durante o  enamoramento, do que a qualquer projecção de um futuro, mais ou menos possível de realizar. Depois (...) é um processo de ajustamento e aceitação mútua à presença do outro, tantas vezes, reflectido e questionado nos desencontros.

Um balanço constante, baseado nos (ses) que nos infundem dúvidas e que nestes contextos de vida nos perseguem sempre. E ainda bem.
É um sinal de que a inquietação tem ainda alguma vitalidade no nosso espírito e é por ela que a "vontade" do prazer renovado nunca deixa de nos "assediar...

Desta vez foi outro o sentido que me chamou para o "real". A tal voz tinha feito soar o meu nome dentro da sala de espera.

f.

domingo, 15 de agosto de 2010

Às voltas na cama; "monólogos" de olhos fechados I

Il pensiero
Mes chers amis... findo o repasto deste “rotineiro” encontro, sobreveio como sempre, alguma conversa para deitar fora, empurrada pela quantidade de comida deglutida a meias com  ar onde o prazer se expressava em onomatopeias incompletas porque a avidez era grande e não concedia pausas à palavra.

Respondi como podia ao intertêm durante alguns minutos, concentrando-me no momento em que cairia bem, sem ninguém dar por isso, a mentirinha como pretexto para abandonar, apenas por uns minutos, sem precisar quantos, a balbúrdia de conversas que se chocavam no espaço de 2 metros quadrados, em perguntas e respostas e sims e nãos, quando era evidente que aquela reunião não se podia estender, para a maior parte de nós, para além da mesa - a suprema justificação para a permanência juntos.

Fuji dali. E com o tédio por companhia, abri a máquina e sem objectivo a que me dirigir, fui abrindo e fechando ficheiros, no acto mecânico para prender a atenção. Foi assim que neste matar de tempo encontrei algumas fotos que "fixaram" Paris em Dez de 2008 e que atestam o meu último "filrt" com esta cidade com que namoro sempre que posso. A soçobrar nesta apatia por dentro de um tempo morto, ressuscitei à vista destas digitalizadas "memórias de Paris": As fotos de Dez de 2008.

Incorporei-me. Pressenti que a atenção "acordava" concomitante à interacção que se establecia com a máquina. Olhei com mais atenção as fotos e pressenti a força da memória, das memórias, que me arrastavam para a dimensão passada do tempo, contra o qual o inexoravél presente nada pode.

Neste esquizofrénico momento, sem nostalgia, embebi-me deste passado recente e fiz um apoteótico remake daquele namoro com Paris. No “dispaly” da máquina os pixeis continuavam ordeiramente unidos, tal qual a ciência óptica os tinha fixado a mando do meu olhar, das minha impressões, quando nos encontramos nesse Dez de 2008 .

Puxei pela memória para que todos os detalhes fossem (re)vividos -os elementos, as cores, a temperatura, a nossa envolvência- e cumpriu-se esse adágio popular para quem; recordar é viver.

Dei-me conta com esta "revisitação" que não tinha "colocado", este passado, tal como já fizera a outros, na rota da "eternidade". Terei, certamente, contado sobre ele. Das alegrias que tive, terei levado parte a outros. Mas não o partilhei. Não o embebi desta Natureza, que é a da partilha, e que vem com o acto de contar experiências passando emoções vividas. Apenas as tinhas comunicado. Senti que estas memórias reclamavam o seu estado de perenidade que se faria pela sua nidificação nas lembranças de outros. As dos mais queridos.

f.