quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Quando rezar começa a incomodar a Europa



Quando rezar começa a incomodar na Europa



(...) começa a ser VERDADEIRAMENTE preocupante o modo como o islamismo se manifesta através dos seus crentes, nas sociedades que por tradição e abertura cultural reconhecem a liberdade religiosa. Começo, também eu por estes testemunhos, a reconhecer nestas manifestações actos de uma deliberada provocação aos valores à cultura e mentalidades ocidentais nas sociedades democráticas. O entendimento que os islamitas fazem da sua religião desafia e desrespeita  literalmente, pelo menos nos seus comportamentos públicos, um dos pilares basilares da nossa cultura de sociedades republicanas, a laicidade do espaço publico instituído como o lugar de todos.  Neste caldo cultural que o pós guerra estimulou abrindo pela tolerância a construção de sociedades multi-culturais não pode,o Islão, sob nenhum pretexto, por em causa esta laicidade que tem possibilitado a construção das Instituições do Estado baseadas no direito e no seu escrutínio.

Não podem, alguns muçulmanos, aproveitando-se dos supremos valores da tolerância e da liberdade democrática pretender impor a suas praticas religiosas ao espaço publico de todos os cidadãos, adulterando por completo a ordem publica e desrespeitando as demais comunidades. Existem para o acto de religação com o transcendente, templos designados onde a liturgia das distintas religiões deve manifestar-se

Mas o mais grave e preocupante destas exposições, cada vez mais acintosas, do islamismo é a percepção de que estes actos são a expressão, por enquanto tentativas de desrespeito à natureza laica dos estados democráticos, de um desígnio (expansionista) do Islão para impor a sua visão do Mundo nas sociedades de acolhimento do Ocidente. Daí que estes comportamentos condenáveis e contra os quais o Estados e os restantes cidadãos se devem mobilizar, sejam sobretudo, defendidos pelos muçulmanos como preceitos da lei islâmica, a Sharia, que um (bom) muçulmano não pode nem deve deixar de cumprir, sob pena .... e é por esta via, da intimidação pública, que (parece) fazer parte de uma estratégia, ou não, para ganhar o Ocidente, que o Islão, vai confrontando e em alguns casos, como em França, minando os princípios do Estado Social, com a pratica da poligamia.

Nem todos os muçulmanos, mas muitos deles, vem nesta visão islâmica da família uma possibilidade de exploração do estado social democrático: dos seus abonos e da sua assistência que, apanhado de surpresa por esta realidade (importada) tem na legalidade uma deficiente defesa contra estes oportunistas, que vivem sem trabalhar à sombra da generosidade do Estado e da solidariedade dos cidadãos pela via dos impostos. É evidente que estão à margem de qualquer planeamento familiar, contra o qual se insurgem legitimados pelo Corão. É deste modo que, a França, o país dos direitos e liberdades do Homem, se vê constantemente envolvida em conflitos e ameaçada pelo islamismo mais radical, também no seu estado social que, ainda hoje, e até quando ???, (apesar dos efeitos da globalização sobre esta histórica conquista) é a expressão política mais redentora que alguma vez emergiu na história dos homens como solução para proteger os mais desfavorecidos das desigualdades e injustiças sociais.

Não vai ser fácil impedir esta escalada cada vez maior e mais intensa contra a ordem social laica por parte do islamismo. Mas é preciso actuar com determinação no impedimento de praticas de subversão da ordem publica e da liberdade dos cidadãos, legitimadas ou não pela religião, seja ela qual for. O espaço publico é a "ágora" onde a liberdade se manifesta em ordem e respeito pelas diferenças de todos. Qualquer manifestação, expresse ela o que expressar, não pode adulterar a ordem democraticamente consignada e a liberdade dos cidadãos. Por isso, no respeito de todas as liberdades, deve de ser condicionada a um tempo e a um espaço previamente definido. Só assim, no uso do seu direito em liberdade, legítima aqueles que se manifestam e, cuja expressão pretenda louvar Alá ou outra qualquer divindade que assiste outras religiões.
É assim que nós (os estados democráticos e laicos) entendemos que deve expressar-se o direito e a liberdade de manifestação. É assim que, os muçulmanos, enquanto cidadãos destes estados o devem entender.
E portanto, é nesta perspectiva e, sem contemplações, que lhes devemos fazer sentir a força do Estado quando entendam subverter esta expressão da ordem democrática republicana e laica. A Sharia representa uma outra organização das sociedades e do Estado que a civilização, a nossa rejeitou. Aqui, na Europa, as sociedades organizaram-se com base no direito romano e como religião impôs-se a religião católica. A partir da revolução francesa a evolução politica faz no sentido da construção de estados de direito, laicos e democráticos em que vivemos hoje.
Em minha opinião, sem exacerbar as hostes nacionalistas, xenófobas e racistas, igualmente perversas para a liberdade e as diferenças que devemos continuar a respeitar e, porque estes testemunhos são um sinal dos tempos, creio que também devemos, desde já, em Portugal, estar atentos a fenómenos de islamismo radical, que como, em alguns países da Europa, aqui possam surgir.

Abraços e Beijos

f.

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