Il pensiero |
Respondi como podia ao intertêm durante alguns minutos, concentrando-me no momento em que cairia bem, sem ninguém dar por isso, a mentirinha como pretexto para abandonar, apenas por uns minutos, sem precisar quantos, a balbúrdia de conversas que se chocavam no espaço de 2 metros quadrados, em perguntas e respostas e sims e nãos, quando era evidente que aquela reunião não se podia estender, para a maior parte de nós, para além da mesa - a suprema justificação para a permanência juntos.
Fuji dali. E com o tédio por companhia, abri a máquina e sem objectivo a que me dirigir, fui abrindo e fechando ficheiros, no acto mecânico para prender a atenção. Foi assim que neste matar de tempo encontrei algumas fotos que "fixaram" Paris em Dez de 2008 e que atestam o meu último "filrt" com esta cidade com que namoro sempre que posso. A soçobrar nesta apatia por dentro de um tempo morto, ressuscitei à vista destas digitalizadas "memórias de Paris": As fotos de Dez de 2008.
Incorporei-me. Pressenti que a atenção "acordava" concomitante à interacção que se establecia com a máquina. Olhei com mais atenção as fotos e pressenti a força da memória, das memórias, que me arrastavam para a dimensão passada do tempo, contra o qual o inexoravél presente nada pode.
Incorporei-me. Pressenti que a atenção "acordava" concomitante à interacção que se establecia com a máquina. Olhei com mais atenção as fotos e pressenti a força da memória, das memórias, que me arrastavam para a dimensão passada do tempo, contra o qual o inexoravél presente nada pode.
Neste esquizofrénico momento, sem nostalgia, embebi-me deste passado recente e fiz um apoteótico remake daquele namoro com Paris. No “dispaly” da máquina os pixeis continuavam ordeiramente unidos, tal qual a ciência óptica os tinha fixado a mando do meu olhar, das minha impressões, quando nos encontramos nesse Dez de 2008 .
Puxei pela memória para que todos os detalhes fossem (re)vividos -os elementos, as cores, a temperatura, a nossa envolvência- e cumpriu-se esse adágio popular para quem; recordar é viver.
Dei-me conta com esta "revisitação" que não tinha "colocado", este passado, tal como já fizera a outros, na rota da "eternidade". Terei, certamente, contado sobre ele. Das alegrias que tive, terei levado parte a outros. Mas não o partilhei. Não o embebi desta Natureza, que é a da partilha, e que vem com o acto de contar experiências passando emoções vividas. Apenas as tinhas comunicado. Senti que estas memórias reclamavam o seu estado de perenidade que se faria pela sua nidificação nas lembranças de outros. As dos mais queridos.
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