
Os sonhos reflectem, dizem os entendidos, frustrações, desejos recalcados, fantasias inalcançáveis, ilusões que podem "enquanto pseudovividas" servir para o alivio de tensões internas ou até mesmo como uma forma primária de esperança, a maior parte das vezes apenas alicerçada numa fé de que "um dia seremos compensados" por algumas das condições existenciais, menos favoráveis que, nos tocaram em "sorte/acaso"
E o sonho revelou-se á Natureza Humana a via mais fácil e necessária ao seu equilíbrio emocional.
Este é aquele sonho que todos nós pressupomos acontecer na cama. É uma manifestação transversal a toda a sociedade.Seria interessante saber, se possível, qual a classe social que mais sonha e quais os objectos dos seus sonhos. Eu não penso fazê-lo. Não está nos meus horizontes e, não consideraria como um sonho a sua realização.·
A outra classe de sonhos é aquela que resulta de um estado interior que faz do inconformismo a existência de alguém. Existir é nestas circunstâncias, muitas vezes sonhar.
Nesta febre de alcançar um objectivo, o seu objectivo, o sonhador, subalterniza, muitas das categorias essenciais da realidade: talento, classe social, género, formação, finanças que, dependendo do sonho, todas ou algumas delas, em conjunto, são condição para que o sonho se transforme em realidade ou, pelo contrário, pela ausência de condições objectivas, o sonho, emerga com a natureza de devaneio e, assim fica existindo, no limbo das possibilidades ( se,)... ou seja condicionais.
Se assim for, o sonho é reservado para um tempo e um espaço que o sonhador, sentirá adiado, até que por exaustão o deixe aninhar-se no sítio das ideias/sonhos por concretizar.·
Tenho para mim que, a maior parte destas realizações muitas vezes apelidadas de sonhos, são apenas objectivos que hoje se vulgarizaram socialmente: como o curso superior que, de facto já foi, em tempos e para alguns um verdadeiro sonho de vida alcançado. Mas estes são os sonhos dos pais. Da família. Que faz esforços e descansa as ansiedades quando tudo o que queremos é perceptível no imediato. Porque, quase sempre foi assim.
E é nesta esfera do "desejo" necessariamente realizável, elevado á categoria de sonho, pelo qual pautamos em conjunturas sociais e de vida difíceis, os nossos relativos horizontes, louváveis sem dúvida e, razões de felicidade quando alcançados.
Mas questiono-me se pertencem à categoria dos sonhos.
Sem ser arrogante e dando o devido valor à relatividade e á sua importância para a valoração do conceito de sonho, penso que estas realizações que muitos nós, encaramos como tal, se ficam pela esfera dos desejos mais ou menos realizáveis.
f.
f.
O meu desejo se tivesse uma lâmpada mágica como a do Aladino, seria simplesmente para que nunca me desaparecessem os sonhos quer a nivel "objectivo" da nossa vida, quer quando estivesse a dormir.... Porque como dizia o poeta e muito bem " Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como uma bola colorida entre as mãos de uma criança."
ResponderEliminarSeja de que forma seja o nosso sonho... não podemos perder a utopia de sonhar.
Beijos